Início Opinião Editorial CRÔNICA: O VELHO CARRO DE BOI – POR JOAQUIM D TOLEDO

CRÔNICA: O VELHO CARRO DE BOI – POR JOAQUIM D TOLEDO

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CRÔNICA: O VELHO CARRO DE BOI – POR JOAQUIM D TOLEDO

Sábado entre a manhã e à tarde… Acordei de um último sono, peguei o celular e fui respondendo as mensagens que haviam chegado… Vi um vídeo de um cara altamente embriagado, que fazia juras pra Deus, se caso ele lhe salvasse… A cena era engraçada, e como ando soltando mensagens engraçadas, para tampar um pouco essa situação caótica, que está injetando o terror no povo, mandei pra frente…

As respostas são imediatas… As pessoas gostam do que é engraçado, porque alivia a tensão, o medo perde sua força, a pessoa se renova, e com novo ânimo, segue em frente na luta pela vida… E é muito legal ver a demonstração de alegria de algumas pessoas… Curto vê-las, descontraídas, pelo menos por alguns minutos… As figurinhas e comentários, mostram o estado de espírito das pessoas… Algumas eu conheço, outras não… Pessoalmente… Outras eu resgatei… São pessoas que fazem parte de minha vida, desde lá no começo, que eu tinha perdido e que agora voltaram a estar comigo… E é muito bom tê-las aqui… 

Tenho que ir tomar banho, mas estou enrolando… E eu acredito que haja algo de conspiratória dos infernos, nessa coisa de enrolar… Há!!!… Mas deixe estar, vou acabar com essa história de conspiração infernal rapidinho… Mas não posso esquecer do desgaste que tive ontem, por ter ido pra rua… Ok, sei que estou tentando justificar a preguiça, que deve ser um tipo de pecado, mas eu não tenho culpa por certos pecados serem tão gostosos… Lembrei do tempo em que morava na Barão de Anhumas, e que assistia missa na Capela das Carmelitas… E quando batia o desespero, por permitir que o terror religioso se apoderasse de mim, e a ideia do inferno surgisse com violência, eu corria para o Convento das Carmelitas e ficava conversando com a Irmã Maria José, que me recebia numa sala, a porta fechada, e a quem eu via através de uma grade… Lembro da fisionomia dela até hoje… 

Mas enquanto eu fico aqui divagando, ouço um som que passou a fazer parte de minha rotina… Um som que eu nunca imaginava ouvir, por nunca ter tido de ir no seu lugar original, mas que, inesperadamente, surge no meu lugar… E como nunca tive tempo de registrar aquela imagem, hoje agi rápido… Me levantei e fui me armando com a câmera do celular, porque percebi que ele ainda estava a uma certa distância… E encostado na janela esperei calmamente, pensando que naquele momento, eu conseguiria fazer o registro daquele objeto histórico… O som aumentava, e como por encanto, ali estava ele… O carro de boi… Na minha rua, passa boi, passa boiada, como também passa um carro de boi, que corajosamente, continua sua caminhada pela história, atravessando o tempo, materializando-se em pleno século XXI, e em um lugar não propriamente seu, misturando-se a carros e pessoas… E aquele som que encanta, me invade, corre por mim e me emociona… 

É isso…

Grande abraço a todos…

Joaquim D Toledo…

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