Relacionamentos
Arte também é reconhecida como uma aptidão criativa do humano de demonstrar suas habilidades e conhecimentos, portanto é ação, movimento e criação. Conviver é ter algo em comum, partilhar de um mesmo espaço, como no planeta terra, temos em comum um lugar de convívio, que nos solicita a arte de conviver com as diversidades e adversidades aqui existentes.
Que desafio!
Hoje mais do que nunca somos convocados, em nossos núcleos de relações mais particulares, a conviver com mais proximidade e presença com a família, filhos e parceiros/parceiras de vida. E têm aqueles que estão restrito ao convívio devido o isolamento, sentindo então, a falta das relações e convívio social no geral.
O “ficar em casa” (considerando contexto nas quais as pessoas não estão vivendo uma calamidade em suas necessidades básicas) trouxe desafios diversos às famílias e casais, pois se faz necessário olhar para o coletivo e não apenas para o individual, uma vez que o mesmo espaço é compartilhado e precisa ser dividido.
Como lidar com esse novo cenário?
Antes de isso tudo acontecer (a pandemia), estávamos em ritmos muito acelerados, vivendo em tempos de indiferença, produzindo em quantidade e não se preocupando com a qualidade desses fazeres. Em termos práticos isso se mostra nas preocupações cotidianas em trabalhar horas sem interrupções, busca por números de seguidores, status sociais, adquirirem bens de consumo mais pela representatividade do que a sua funcionalidade. Essa pressão de TER para SER, que a maioria das pessoas não consegue atingir, gera sofrimentos significativos nos quais desencadeiam em depressões, ansiedades, estresse e outros.
A fragilidade nas relações humanas se dá por valores de vida objetivados, onde o descarte é rápido e a busca pelo novo é constante, similar aos fast food’s – rápidos práticos e disponíveis 24h. Os laços humanos não são valorizados e há intolerâncias frente ao diferente, prejudicando o convívio humano nas relações sociais, familiares e românticas.
Vejo como possibilidade repensarmos a forma como contatamos o outro, ter um olhar mais humanizado, sobretudo para si mesmo, com mais respeito, amorosidade e pertencimento. Para que possamos ter mais experiência de troca e resgatar a possibilidade do compartilhamento de pessoa para pessoa.
Psicóloga Josiele de Souza – CRP 06/115607