No texto desta semana o tema ansiedade me chama a atenção, o senso comum traduz a ansiedade como um excesso de futuro, que são preocupações com o porvir que trazem angústias e sintomas para a pessoa. E nos tempos que estamos vivendo no qual futuro se mostra incerto, seja na economia do país, a volta às aulas, os retornos dos trabalhos que estavam em home office, enfim têm muitas incertezas que pairam os projetos de vida no geral, até aqueles que não têm uma ansiedade significativa a ponto de atrapalhar no cotidiano começaram a ter sintomas, quem dirá aqueles que já sofrem com ansiedade antes mesmo desse cenário.
A sociedade nos ensina e também cobra muito planejamento, temos um costume de estar sempre planejando alguma coisa para o futuro, uma viagem, um projeto específico seja no âmbito pessoal ou profissional e que muitas das vezes esse planejar é onde a maioria das pessoas se refugiavam e deixavam de lidar e vivenciar situações difíceis do aqui agora. Porém com todas essas mudanças que a gente vem passando, a cerca de um ano, esse mecanismo começa a não ser tão eficaz o que traz sofrimento maior para a maioria das pessoas, mas que em contra a partida também desvela os fatos do presente, dores não curadas, medos e aflições, dando lugar para encarar o que está acontecendo.
Não que isso seja fácil, mas quanto mais nos reconhecemos e conhecemos o que está acontecendo em nossa vida, maior a chance de poder modificá-la ao invés de perpetuar acontecimentos e repetir ciclos. Viver com mais presença no presente permite viver o processo e não ficar esperando um acontecimento para poder ser feliz ou estar bem.
Quando começarmos a ter mais horizontes para planejamentos, que estes sejam vividos a cada etapa com mais presença e menos anseios com resultado final.
Psicóloga Josiele de Souza – CRP 06/115607
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