A carência do nutriente, principal causa da doença, continua à solta. Hora de entender os porquês e os riscos desse fenômeno — e como contorná-lo
O ferro é um mineral fundamental para a saúde, já que é essencial para a formação da hemoglobina, que é um dos componentes das hemácias responsável pelo transporte de oxigênio no corpo, além de ser importante para o bom funcionamento do sistema imunológico e do metabolismo.
A lista de atribuições da substância é extensa. A função mais conhecida é provavelmente a de ajudar a transportar oxigênio pelo sangue pelas já citadas hemoglobinas. Daí a pasmaceira quando some o nutriente.
Eles pedem mais atenção
Alguns grupos estão mais suscetíveis à deficiência de ferro no organismo
Bebês e crianças: nos primeiros anos, durante a fase de desenvolvimento acelerado, ocorre um aumento nas demandas pelo mineral, muitas vezes suplementado.
Gestantes: o nutriente é crucial para a formação de tecidos e órgãos do bebê. Sem contar o aumento no volume de sangue e as funções no corpo materno.
Idosos: quem tem mais de 65 anos pode apresentar carências, sobretudo se há problemas que prejudicam o consumo ou a absorção das fontes de ferro.
Veganos: como o ferro dos vegetais tem uma taxa de aproveitamento mais baixa que o das carnes, é importante recorrer à orientação nutricional.
Os sintomas de falta de ferro podem surgir devido à alimentação pobre em alimentos fonte desses minerais ou como consequência de sangramentos excessivos, como hemorragia e fluxo menstrual intenso, o que faz com que exista menor quantidade de ferro e, consequentemente de hemoglobina, resultando em sintomas, sendo os principais:
- Cansaço extremo, sono frequente ou desânimo;
- Dificuldade para aprender ou ficar atento;
- Tornozelos inchados ou inchaço em outras articulações;
- Queda de cabelo ou fios fracos e quebradiços;
- Pele pálida ou interior das pálpebras sem cor;
- Falta de apetite, alterações no paladar ou língua lisa;
- Infecções frequentes, devido à baixa da imunidade.
Na presença desses sintomas, é importante consultar o médico para que sejam feitos exames que confirmem os níveis baixos de ferro e permitam identificar a causa da alteração, sendo então possível iniciar o tratamento adequado.
Como confirmar a deficiência de ferro
Para confirmar a deficiência de ferro, é normalmente realizada pelo clínico geral a avaliação dos sinais e sintomas apresentados pela pessoa, além de ser indicada a realização de hemograma para avaliar os níveis de hemoglobina, que podem estar diminuídos, já que o ferro é essencial para a formação da hemoglobina.
Além disso, é necessário realizar exames de sangue que avaliem os níveis circulantes desse mineral, como a dosagem de ferro sérico, além da dosagem de ferritina, que é a proteína armazenadora de ferro, e transferrina, que é a proteína responsável pelo transporte de ferro para os tecidos.
Dessa forma, é possível avaliar a gravidade da deficiência de ferro e verificar se as proteínas de armazenamento e transporte estão funcionando corretamente, sendo possível indicar o tratamento mais adequado para aliviar os sintomas e repor os níveis de ferro.
O que fazer
Para aliviar os sintomas de falta de ferro é importante aumentar o consumo de alimentos ricos nesse mineral, como por exemplo carne vermelha, ovo, atum, sementes de abóbora e girassol, banana, brócolis e espinafre, por exemplo.
Em alguns casos, pode ser também indicado pelo médico a suplementação de ferro, principalmente nos casos em que os níveis de ferro são muito baixos e não aumentam mesmo com a realização de alimentação adequada. Assim, pode ser indicado o uso de 1 ou 2 comprimidos de ferro por dia durante alguns meses até que os níveis desse mineral estejam adequados.
Nutricionista Tatiana Zanin
Formada pela Universidade Católica de Santos em 2001, com registro profissional no CRN-3 nº 15097.
