Alckmin tem dois partidos como opção para disputar a eleição para o governo de São Paulo no ano que vem
Enquanto planeja a candidatura para um quinto mandato à frente do governo de São Paulo e se prepara para deixar o partido que ajudou a fundar, Geraldo Alckmin (PSDB) tem atuado diretamente a favor do governador gaúcho, Eduardo Leite (PSDB), nas prévias tucanas para a Presidência da República.
Enquanto ainda não se desliga do PSDB, ele deve permanecer na legenda até perto das prévias, que acontecem no fim de novembro. É uma estratégia para desgastar o atual governador paulista, João Doria (PSDB), cujas atitudes estão levando à saída de Alckmin do ninho tucano.
A espera para decidir seu novo partido também tem mais uma razão: dividido entre dois caminhos, ele tenta ficar com ambos.
Alckmin conversa com PSD e União Brasil, partido que será formado com a fusão entre Democratas e PSL. Um deles deverá abrigar o político em uma nova disputa pela cadeira no Palácio dos Bandeirantes. Mas Alckmin não deseja que o outro fique de fora da aliança em torno de sua candidatura.
Pessoas próximas ao ex-governador contam que ele está passando por uma espécie de constrangimento sobre a data para deixar o partido. Se sair antes das prévias, a avaliação é que isso ajudaria Doria não só pela articulação interna, mas também pelo voto como ex-presidente do partido, que tem peso maior.
Caso saia depois e Leite ganhe, sua situação não muda tanto, mas representaria um ganho simbólico para o ex-governador — algo importante no meio político. Por outro lado, sair depois de uma vitória de Doria poderia ser visto como uma humilhação.