O zagueiro Renan, que estava sem clube desde o acidente de trânsito que matou Eliezer Pena, foi anunciado nesta quinta-feira como reforço do Shabab Al-Ahli, dos Emirados Árabes. Alvo de um processo por homicídio culposo, ao qual responde em liberdade, o jogador de 20 anos foi autorizado pela Justiça, na última quarta-feira, a deixar o Brasil, após decisão da juíza Nicole de Almeida Campos Leite Colombini.
A liberação para jogar fora do país foi concedida ao atleta após o Ministério Público e os advogados da família de Pena concordarem com a medida, solicitada pela defesa de Renan, que argumentou que ele teria dificuldade de voltar a trabalhar no futebol brasileiro. O zagueiro terá a obrigação de se apresentar à Justiça a cada quatro meses ou quando for intimado.
Após o atropelamento, Renan teve seu contrato rescindido pelo Red Bull Bragantino, clube ao qual estava emprestado pelo Palmeiras, que detinha os direitos econômicos do atleta. Mais tarde, a diretoria palmeirense fez o mesmo. Os dois times conseguiram a rescisão por justa causa, após se apoiarem no fato de que o zagueiro não poderia dirigir no momento do acidente, pois não tinha CNH definitiva e estava com a permissão para dirigir suspensa.
O jogador, natural de Itapevi, no interior de São Paulo, é cria do Palmeiras, no qual chegou em 2015 para atuar no sub-13. Foi promovido ao elenco profissional em 2020. E ganhou destaque no ano seguinte, sob o comando de Abel Ferreira. No entanto, perdeu espaço meses depois. Neste ano, em abril, foi emprestado para o Bragantino a fim de recuperar protagonismo.
ACIDENTE COM MORTE
O acidente envolvendo o jogador ocorreu na manhã do dia 22 de julho. O carro dele, um Honda Civic, invadiu a faixa contrária e colidiu de frente com a motocicleta CG 160 conduzida por Eliezer, que morreu no local. A vítima, que morava em Bragança Paulista e estava a caminho do trabalho em Itatiba, deixou a mulher e duas filhas pequenas.
Renan foi autuado em flagrante e se recusou a fazer o teste de bafômetro. De acordo com o 2º sargento Anderson Rodolfo, da Polícia Rodovia Estadual, ele exalava “hálito com odor etílico”. Uma garrafa de bebida alcoólica também foi encontrada perto do carro e a perícia vai verificar se há nelas digitais do defensor. O caso foi registrado no Plantão da Delegacia Seccional de Bragança Paulista e é investigado pelo 1º DP da cidade.
Horas depois do acidente, o jogador foi encaminhado à delegacia. Lá, permaneceu calado e novamente se recusou a passar pelo teste do bafômetro. No dia seguinte, o atleta passou por audiência de custódia no fórum de Bragança Paulista e foi solto mediante a determinação de pagar 200 salários mínimos, o equivalente a cerca de R$ 242 mil.
Além disso, tem de comparecer a todas as etapas do processo. Também foi proibida a sua presença em bares, casas noturnas e de shows. O zagueiro entregou seu passaporte à Polícia Federal e não pode deixar o País, mas teve de se mudar de Bragança porque, segundo sua defesa, estava recebendo ameaças de morte em Bragança.