“Seu amor é meu até certo ponto. Meu amor é seu até certo ponto. Encontrar esse ponto é encontrar esse amor E ponto.”
Pedro Gabriel. EU ME CHAMO ANTÔNIO.
Uma vez meu terapeuta (da época) indagou-me se eu queria encontrar ou ser encontrada. A resposta não veio de imediato e foi preciso levar para casa essa interrogação que perdurou por alguns bons dias. Hoje eu diria queo encontro se dá entre eu e o outro, então preciso encontrar, mas também ser encontrada. Esse é o ponto.
O encontro é um acontecimento e a partir dele muitos caminhos podem ser trilhados, uns são curtos, passageiros, outros duradouros que ficam por uma vida inteira. Há aqueles cheios de graça, amor, respeito, reciprocidade e parceira. Também tem aqueles doloroso, violentos, desrespeitosos, abusivos e devastadores.
Estar em relação é experienciar sentimentos e sensações, não dá para preocupar-se em manter as aparências é preciso manter a consciência. Consciência do que é fronteira e delimita o seu lugar e o do outro, essa fronteira é fundamental para uma relação saudável, é o ponto de equilíbrio.
Portanto penso que ir consciente para o encontro, sem tantas idealizações, possibilita um campo mais seguro sobre si mesmo e também é abertura para conhecer o outro que se apresenta, diminuindo assim as chances de adentrar em relações abusivas na qual lhe prometem o mundo e na verdade lhe tiram de seu mundo.
Expectativas são pratos cheios para relacionamentos abusivos, uma vez que a pessoa cria um ideal e perde a percepção real sobre o comportamento do outro, interpretando imposições e até insultos como relação de preocupação e cuidado, sofrendo consequências gravíssimas e de muito sofrimento.
Outro ponto importante é não abandonar sua rede de apoio ao iniciar um relacionamento, focar somente na relação te deixa vulnerável e ansioso com os caminhos futuros, caminhos esses que não temos como controlar, podendo gerar dependência e subimissão.
Lembre-se que amar o outro romanticamente não onera a sua comunidade e é importante se atentar para esse comportamento. Não romantize sofrimento, se você está desconfortável, repense, avalie e busque ajuda!
*Mulheres tendem a serem mais vulneráveis a sofrerem relações de abuso e violência.Para denunciar violência domestica disque 180 – Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência.
Psicóloga Josiele de Souza – Crp 06/115607
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