“Quanto mais conseguimos explorar as experiências emocionais, mais vamos conhecer o outro como uma pessoa, e não como uma entidade digital.” David Baker. Revista Vida Simples. Ed. 191.
Em uma sociedade que supervaloriza a inteligência expressar as emoções é sinônimo de fraqueza no mundo capitalista em que vivemos. Desde a chegada da era industrial, e muito mais agora com a tecnologização, o mecanismo da produção em massa potencializa as habilidades “técnicas” para resolução de problemas sólidos e minimizam habilidades como empatia, resiliência, compaixão, autoconhecimento e as emoções no geral.
Quando os fenômenos emocionais aparecem são diversas propostas técnicas para que as pessoas se sintam mais felizes e logo, produtivas. Porém a esfera emocional não é sólida e estática, a nossa subjetividade não está codificada em um aparelho e por mais que já existam estudos que buscam compreender nossas reações para determinados eventos, ainda assim a sensação vivida, ou seja, a experiência é singular e indescritível por qualquer meio técnico. Esse modo de pensar e se comportar também prejudicam as relações interpessoais, com tendência a intolerâncias, conflitos e pouca compreensão e abertura para o outro, acarretando conflitos significativos em relações pessoais e profissionais.
A falta de consciência sobre si mesmo potencializa a busca por modelos prontos de felicidade e inteligência emocional, existe um mercado em alta oferecendo propósito de vida, felicidade e até mesmo amor – que são aspectos emocionais, por meio de aprendizagem cognitiva (Receitas prontas).
Quem utiliza de aplicativos de relacionamentos pode perceber que não existe uma mágica, as redes sociais podem ser um “meio” para ampliar as relações de contato, mas não uma formula mágica que proporciona felicidade instantânea por meio de encontros rápidos e assertivos, até porque nas redes sociais as pessoas podem manipular o “como querem ser vistas pelo outro”, portanto somente o convívio, o olho no olho e o contato HUMANO é que vão dando contorno às relações, sejam no âmbito pessoal ou profissional.
A tecnologia já faz parte de nosso dia a dia e veio para facilitar a via moderna, porém não podemos esquecer que ela é um MEIO PARA contribuir e não um FIM que reduz a nossa capacidade de SER HUMANO.
Psicóloga Josiele de Souza – Crp 06/115607
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