A verdade é que estamos perdendo o tempo inteiro! Perdemos a hora, nos perdemos no caminho, perdemos o compromisso, nos perdemos de si mesmos, perdemos ao falar, perdemos quando escolhemos, perdemos em vida e também perdemos em morte! E é sobre isso que quero aprofundar um pouquinho mais por aqui.
Fomos atravessados por perdas, sejam de amigos, familiares, parceiros de vida, colegas de trabalho e etc.
Estamos sensíveis! Investimos afeto nas relações, por isso que a existência dos rituais de passagem é tão importantes para que possamos minimamente nos despedir daqueles que um dia estiveram em vida conosco, mas que a convivência acabou sendo interrompida e quebrada.
Portanto, é necessário um tempo até que os pedaços dentro da gente se refaçam, é necessário reviver a experiência daquilo que se foi dentro de nós, para que seja possível ressignificar, e a partir de então poder fazer algo com isso e ter novamente a esperança e o desejo de viver!
Mas, chamo atenção para pensarmos sobre essa lógica de “positividade”, de “felicidade”, de “plenitude” instaurada nos discursos sociais como solução rápida para qualquer tipo de “problema”. Ah, você “precisa” ficar bem, você “tem que” ficar bem, você é “forte” você “supera”. Discurso perverso que adoece ainda mais o sujeito, e o cala dando possibilidade de poder existir em seu próprio sofrimento, em sua própria ambivalência!
Um luto não vivenciado tem efeitos devastadores, por isso recomendo que não calem a dor, conceba um espaço dentro de você para sentir, fale e fale quantas e quantas vezes for necessário até que se possa finalmente se ouvir falando, até que o silêncio não seja insuportável, se não está bem, não esteja! Não se exija! E se ficar difícil sozinho, busque ajuda para que o percurso não seja tão penoso! Há mesmo que se incluir a morte na vida, e apesar da dor, por que a vida dói e dói muito, não tem que ser vergonhoso deixar a dor aparecer, por que isso também faz parte do viver!
Abraços!
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Aline Alves é Psicóloga e Pedagoga, também escritora e autora do livro infantil: O paninho. Percurso em Psicanálise, atuante no contexto clínico onde realiza atendimentos com crianças, adolescentes e adultos e na área Organizacional com Desenvolvimento de Pessoas. Aline, ministra cursos para mulheres num projeto idealizado por ela chamado Chá com Afeto. Capturada pelas sutilezas da vida, gosta de brincar com as palavras, possui alguns rabiscos e adora ouvir e contar histórias.