sábado, novembro 16, 2024
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Professores de São Paulo ameaçam entrar em greve contra reabertura de escolas

Os professores da rede estadual de São Paulo ameaçam entrar em greve após o governador João Doria (PSDB) e o secretário da Educação, Rossieli Soares, Anunciarem nesta quarta-feira (24) a retomada gradativa das  aulas presenciais em meio a pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2).

Segundo o governo estadual, a proposta apresentada hoje prevê que o ensino voltaria aos poucos a partir de 8 de setembro. A data foi definida e só será seguida se o estado chegar a esse dia com pelo 28 dias consecutivos de permanência na fase amarela do plano de flexibilização das atividades econômicas.

A notícia foi recebida com preocupação pela categoria e representantes dos professores dizem que a decisão é avaliada como “prematura” e “incerta”.

“Acreditamos que não era o momento ainda de se anunciar, porque não se sabe como estará a situação até setembro. Muitos professores já entraram em contato conosco, antecipando que não irão voltar às escolas caso não haja mais certeza sobre a segurança contra a transmissão do vírus”, disse Silvio dos Santos Martins, 2º vice-presidente do CPP (Centro do Professorado Paulista) ao Agora São Paulo. “Sem clareza, não dá para marcar data com antecipação para o retorno”, completou Martins.

O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), afirma que “Não haverá volta às aulas sem redução drástica da pandemia”. O anúncio vem em resposta a declaração do governador de São Paulo, João Dória, de retorno às atividades escolares nesta quarta-feira, 24.

“Não há nenhuma orientação das autoridades sanitárias embasada em estudos científicos que garanta, neste momento, um nível aceitável de segurança para o retorno das aulas em meio à pandemia causada pelo novo coronavírus”, diz o documento assinado pelo sindicato junto a mais 30 representantes de entidades ligadas à educação.

O plano de volta às aulas presenciais prevê ainda que haverá uma combinação de aulas presenciais e à distância. Desde abril, o governo do estado tem feito aulas remotas para os estudantes da rede estadual –parte dessas atividades continuará sendo feita com o uso de tecnologia no segundo semestre.

“Foi um anúncio inconsequente e irresponsável, pois estamos tendo em São Paulo o aumento do contágio e de mortes. Muitas cidades estão voltando atrás com a flexibilização, como Sorocaba, Registro, Marília, Campinas. O plano de retorno transforma nossos alunos e profissionais da educação em cobaias”, diz o deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL).

O parlamentar pretende acionar a Justiça para revogar o decreto que será publicado no dia 2 de julho e defende que o anúncio da retomada deveria ser feito após a redução drástica da pandemia, com garantias de segurança sanitária.

“As escolas não têm condições de atender às orientações apresentadas. Faltam funcionários, temos mais de 100 escolas de lata só na rede estadual.”

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