A Prefeitura de Itapevi iniciou, na tarde desta quarta-feira (31), a entrega da “Carteirinha do Autista” – Ciptea (Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista). O documento facilita a identificação e a prioridade no atendimento em serviços públicos e privados, em especial nas áreas de saúde, educação e assistência social.
Durante o evento, que aconteceu no hall de entrada da Prefeitura, foram entregues 80 identificações para crianças, jovens e adultos itapevienses diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
O documento pode ser solicitado por qualquer pessoa que apresente o diagnóstico. Para solicitar a Carteirinha, o interessado deve acessar o site da Prefeitura e clicar no link https://ciptea.itapevi.sp.gov.br e preencher todos os campos obrigatórios, anexar os documentos solicitados e enviar a solicitação para análise.
Quem já fez o cadastro, deve aguardar um e-mail da Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania, confirmando a liberação do documento e dando orientações sobre a retirada. As próximas carteirinhas serão entregues no Resolve Fácil (Rua José Michelotti, 347 – Cidade Saúde).
Mães aprovam o novo documento
A emissão da carteirinha que identifica a pessoa com transtorno do espectro autista era uma iniciativa muito aguardada pelas mães e responsáveis de crianças e jovens com TEA.
“Essa identificação vai tirar essas crianças da invisibilidade”, disse Esmeralda Garcia de Souza Miranda, mãe da Melany, de sete anos. “Ela é autista verbal, superinteligente. Nós sofremos muito preconceito, principalmente em filas. A Mellany não espera, ela não consegue ficar por muito tempo em uma fila esperando. Então, as pessoas nos julgam, porque aparentemente ela não tem nada. Com a carteirinha de identificação essas pessoas saberão porque estamos na fila preferencial”, explicou.
Essa opinião também é compartilhada por Amália Maria da Silva Brito, mãe do Arthur, de 8 anos. “A gente costuma falar que autista não tem cara. Então, essa identificação facilita muito. Eu já passei por isso, de estar com ele em alguma fila preferencial e as pessoas olharem com olhar maldoso ou às vezes perguntar porque estou nessa fila”.
A identificação é muito importante também para os jovens autistas. “O Dimas tem 21 anos, é autista leve, trabalha e faz faculdade. Mas ainda assim é um autista, em caso de quebra de rotina ele pode travar, ficar sem saber como agir. E a carteirinha ajuda muito nestas horas, especialmente, numa abordagem policial ou em alguma outra situação de emergência”, explicou Cristiane de Oliveira Rodrigues, mãe do Dimas, de 21 anos.
“Quando eu tiver a carteirinha vai ser mais fácil. Às vezes, a gente vive alguma situação que não sabe como agir. As pessoas, sabendo que somos autistas, vão agir diferente, vão ter mais paciência e entender que temos algumas dificuldades”, explicou Dimas José Rodrigues, de 21 anos, autista, que trabalha e está estudando o primeiro ano de Administração.
A carteirinha
O documento contém informações de identificação da pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA), contato de emergência e, caso tenha, informações de seu representante legal/cuidador para trazer mais segurança e autonomia para os beneficiários do serviço.