sábado, novembro 16, 2024
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Psicologia: Perdas necessárias

“Somos indivíduos reprimidos pelo proibido e pelo impossível, que procuram se adaptar a seus relacionamentos externamente imperfeitos. Vivemos de perder e abandonar, e de desistir. E mais cedo ou mais tarde, com o maior ou menor sofrimento, todos nós compreendemos que a perda é, sem dúvida, “uma condição permanente da vida humana.”” Judith  Viorst

Pensar a perda como condição humana permanente pode não soar de forma agradável, pois perder nos remete a sentimentos tristes, dolorosos e ao sofrimento. Porém também nos proporciona crescimento e convoca em nós a capacidade de adaptação e ajustamento.  Podemos refletir a perda sob a ótica de um luto por morte, mas também por rompimentos de relacionamentos românticos, amizades especiais, perdas de um trabalho ou projeto, também do que fomos ou gostaríamos de ser e etc.

Em seu livro, Perdas Necessárias, Judith Viorst menciona a importância das perdas que temos ao longo da trajetória de vida, como por exemplo, na fase de recém nascido, o bebê experimenta a falta de suprimento de suas necessidades básicas, que antes eram supridas pelo corpo da mãe de forma “instantânea”, mas que agora na inospitalidade do mundo isso se modifica e é  preciso comunicar para ser atendido. Nesse processo há um sofrimento e frustração por parte do bebê e por conta desse cenário ele desenvolve formas para ser atendido (o choro é um meio de comunicar essa necessidade).

O mesmo acontece ao longo do desenvolvimento humano, ciclos se fecham para um novo chegar. O nosso corpo traduz esse processo muito bem, desenvolvendo e a cada ciclo nos proporcionado perdas que são necessárias para o crescimento, bem como as mudanças que trazem para a vida. Na prática , viver essas modificações vai depender do modo como sentimos tais perdas, da idade que temos e de quem é o quê perdemos, depende do quanto estamos preparados para isso, do quanto temos de suporte interno e apoio externo e, principalmente da nossa história – a história com a pessoa em questão e o contexto que tudo acontece.

Lamentar a perda é um processo interior difícil e doloroso que leva tempo para ressignificar, faz parte de uma adaptação e fechamento de ciclos. Portanto pular essa etapa não faz com que ela passe, é preciso contatar nossas emoções para compreender, ressignificar a vida e seguir adiante.

Psicóloga Josiele de Souza – Crp 06/115607

www.viagememocional.com.br

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