sábado, novembro 16, 2024
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Partido de Sérgio Moro quer barrar candidatos enrolados, mas medida não servirá para já filiados

Com integrantes investigados pela Polícia Federal, na Lava Jato e na esfera eleitoral, o Podemos promete implementar ao menos duas mudanças na área de compliance para receber o ex-juiz Sergio Moro em seus quadros.

O partido estuda criar um modelo de triagem para barrar pré-candidatos com condenação na Justiça e desenvolver um canal confidencial para denúncias. A medida, entretanto, valerá apenas para quem quiser ser candidato pelo partido nas próximas eleições e não para filiados ou atuais ocupantes de cargos públicos.

O reforço nas ferramentas de fiscalização e controle internas deve ser implementado logo após a filiação agendada para 10 de novembro, mas internamente é creditado a uma necessidade da sigla e não a um pedido de Moro. O maior controle sobre a ficha dos representantes do partido, porém, foi um dos pontos do ex-juiz para fechar a filiação.

No caso da triagem, a ideia é não depender apenas da Lei da Ficha Limpa, que proíbe candidatos com condenação em 2ª instância, e criar um sistema para barrar qualquer nome com sentença ainda na 1ª instância.

“Vai além do compliance, é também fazer uma triagem da vida pregressa dos nossos pré-candidatos, para que tenhamos pessoas alinhadas com a ética e com esse momento que o Brasil precisa viver, que já viveu na Lava Jato, e precisa reviver com a candidatura do Moro”, disse Igor Soares (Podemos-SP), prefeito de Itapevi e o responsáveis pela criação do modelo a ser implementado.

Segundo ele, o partido pretende contratar uma empresa para desenvolver a ferramenta e cada caso de pré-candidato com condenação será analisado.

O objetivo é evitar, diz Soares, casos de condenados que conseguem por meio de liminares manter suas candidaturas.

“Vamos criar essa triagem, que deverá ser aprovada executiva nacional, e vamos antecipar uma candidatura que pode ter problema lá na frente, ou algo que a gente não quer no partido”, afirma ele.

Soares conta que Moro disse nas reuniões entender que todos partidos têm problemas, mas avisou que cobrará cuidado para não ter problemas de corrupção após sua filiação.

O ex-juiz, por meio de sua assessoria, afirmou que irá contribuir para aprimorar o compliance do partido. Segundo ele, o objetivo é criar um “modelo referencial de integridade que possa ser utilizado por outros partidos políticos”.

Camila Mattoso/Folhapress

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