Por Josiele de Souza – Psicóloga
“Adolescência é aprendizagem, cada um ao seu tempo para crescer e mudar.” Elis Palma Priotto – Dinâmica de Grupos para Adolescentes.
Quem já passou pela adolescência provavelmente terá boas e más lembranças de uma época demarcada por conflitos, mudanças, enfrentamentos e a SENSAÇÃO DE QUE NINGUÉM TE ENTENDE. Tem coisas que não muda, essa fase de transição é uma delas, independente da época, ser adolescente é vivenciar esse processo.
O adolescente está em busca de referenciais, experimentando e rejeitando o que o ambiente lhe oferece, nem sempre de forma consciente, o que lhe proporciona momentos de angustias e conflitos internos profundos, afinal a sua personalidade e autossuporte estão em construção.
Há situações em que ao nosso olhar (de adulto) pode parece simples, mas para eles (adolescentes) é um sofrimento real e de muitas nuances, portanto é importante validar e escutar a forma como enxergam um acontecimento, sem julgá-los como fracos ou que é uma frescura e/ou qualquer outro adjetivo. Essa forma de lidar tende a bloquear a comunicação entre os adultos e os adolescentes, anulando a possibilidade que o jovem encontrou para falar de sua dor, sofrimento e necessidade.
Atitudes como essas não favorecem a relação saudável entre pais/cuidadores e filhos, ao contrário, reforça o pensamento de que ninguém o entende e que o melhor é se calar e retrair. Ao se calar o jovem buscará outras formas de lidar com o que estão sentindo, e muitas das vezes, tais manejos podem ser desajustados e causar-lhes danos significativos.
Observe sobre como seu filho/filha está em cada um dos aspectos listados abaixo:
- Desempenho escolar
- Relações afetivas com amigos, familiares, etc.
- Interesse e disposição para atividades diversas,
- Comunicação verbal – o que ele verbaliza na maior parte do tempo?
- Aspectos corporais – postura, cuidado com o corpo, aceitação do corpo,
- Aspecto emocional – Humor, nível de agressividade e stress, motivação ou desmotivação, etc.
- Aspecto alimentar – que alimentos são ingeridos, qual a proporção muito/pouco?
Nem sempre o jovem dará abertura para os pais acessarem o que passa em suas vidas, porém dê o voto de confiança e deixe claro que ele tem uma rede de apoio confiável. E se perceber que existe um sofrimento ou desajustamento comportamental que lhe cause preocupação, não estie e busque ajuda profissional.
Psicóloga Josiele de Souza – Crp 06/115607