O ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB) fez duras críticas ao atual governador paulista João Doria (PSDB). No UOL Entrevista, o político disse que seu adversário tucano está mais preocupado com as eleições presidenciais do ano que vem do que com o Executivo estadual.
“Doria nem é governador. O governador do estado é Rodrigo Garcia, o vice dele. Faz três anos que Doria não é governador. Ele pintou o palácio de preto, transformou o Palácio dos Bandeirantes em uma batcaverna. Ele virou o Robin, o Rodrigo Garcia virou o Batman, e existe um mordomo, que é quem cuida de tudo, o Milton Leite (presidente da Câmara Municipal de São Paulo)”, afirmou o ex-governador.
Ex-aliado de Doria, França vê o tucano muito focado nas prévias do PSDB para a sucessão presidencial de 2022. O atual governador de São Paulo é um dos pré-candidatos à presidência pelo partido, juntamente com o gaúcho Eduardo Leite.
Praticamente estamos há um ano fazendo a prévia do PSDB. Ele é um mestre de cerimônia, faz bem isso. Todo dia anuncia as lives, vai lá pessoalmente naquela sala com os coqueiros atrásMárcio França
Para o ex-governador de São Paulo, a estratégia eleitoral de Doria é se aliar ao Instituto Butantan, por causa da produção da CoronaVac, vacina contra o novo coronavírus produzida pela instituição paulista juntamente com o laboratório chinês Sinovac.
Na avaliação de França, Doria é responsável pela eleição do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), por tê-lo apoiado no segundo turno de 2018.
Ele vai grudar nessa história da vacina, como grudou no assunto Bolsonaro. Doria é diretamente responsável pela situação brasileira. Doria foi a principal figura de destaque no segundo turno (das eleições de 2018), lançando uma frase importante, Bolsodoria. Foi o mote da campanhaMárcio França
Eleições 2022
Sobre as eleições do ano que vem, França não confirmou se será vice-candidato de Geraldo Alckmin, hoje PSDB, mas que tem planos de se filiar a outro partido. Há expectativa que ex-governador seja candidato de novo a governador de São Paulo em 2022.
“Não está descartado (ser vice do Alckmin). Me dou muito bem com o Alckmin (…) a chance maior é eu ser governador de São Paulo. Alckmin pode estar comigo e gostaria muito que estivesse”, afirmou França.
O ex-governador de São Paulo também não cravou uma possível aliança nacional entre o PSB e o PT para 2022. Recém-filiados ao PSB, o governador do Maranhão, Flávio Dino, e o deputado federal Marcelo Freixo (RJ) são próximos do ex-presidente Lula e têm defendido apoio ao petista nas eleições do ano que vem.
Temos boas relações nacionais com vários partidos, inclusive com o PT. Nosso presidente nacional (Carlos Siqueira) esteve com o Lula recentemente e disse a ele uma coisa meio obvia, que o PT tem uma sensação que a eleição já acabou, que o Lula é o presidente, começa a imaginar que já vai montar o governo, finalizou Márcio França.