sexta-feira, novembro 22, 2024
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CRÔNICA: UMA VIDA DE PECADOS – POR JOAQUIM D TOLEDO

02:30

Madrugada silenciosa… Nenhum cachorro latindo, nenhuma gata no cio miando loucamente… E o melhor: sem a presença da coruja, que vez ou outra, pousa numa árvore aqui em frente, anunciando alguma tristeza… Praga dos infernos!!!… 

Acordei…

Sentei-me na cama, puxei o litrão de água e mandei dois goles pra dentro… Quando estava terminando o segundo gole, vi um clarão correr a parede do cômodo ao lado, e em seguida, um estrondo fraco vindo de longe… Esse caiu lá num sei onde, pensei comigo… Fechei o litrão e o coloquei no chão, quando me indireitava, vi outro clarão e outro estrondo, lá num sei onde… 

Levantei-me, fui até a janela e a abri… O cenário de uma tempestade estava montado… Mas havia aquele arzinho frio que as chuvas trazem… Para o calor que fazia, um presente dos céus… De repente, um grande raio cruzou os céus… Mas o estrondo novamente fraco, portanto, lá não sei onde… Outro raio… E lá no fundo, um som que parecia a de um vendaval… Pensei lá no lá num sei onde… Também pensei que nos dias de hoje, todos os sinais são de desgraça… Dizem que é o fim da humanidade… 

A confusão está no ar… Vivemos uma verdadeira Torre de Babel… A ordem é destruir… De preferência, destruir a esperança, para que não haja nenhuma possibilidade de continuidade… O Terror está à solta pelas ruas… E eu aqui na janela, vendo os relâmpagos desfilarem pelo céu negro da noite e curtindo uma fresca… Se tudo tem que acabar, pelo menos vou na tranquilidade… 

Naquele instante, lembrei da luta de Gandhi, para tentar fazer o povo hindu entender a ideia da compreensão, da convivência pacífica e harmoniosa… Acabou assassinado… E claro, pensei em Cristo, que teria se feito homem, portanto um igual, para viver entre os mortais, para que eles pudessem entender a ideia do amor, também através da compreensão… Foi espancado, humilhado e crucificado… E diante desses fatos, confesso que perdi, realmente, a esperança… Pensei que, se talvez assistisse alguns vídeos do Pânico, eu pudesse reencontrar a esperança, me esperando num banquinho junto a um balcão de bar… 

Sorrio… 

Acabara de lembrei da conversa com um amigo, antes de deitar… Falávamos um zoando o outro, depois de termos falado sobre negócios… Pra encerrar a conversa perguntei: então posso dormir em paz???!!!… Assim mesmo, com ênfase… Ao que ele respondeu: você só não dorme em paz, porque tem uma vida cheia de pecados… Há!!!… Imediatamente, passou um filme, daqueles que dizem que a gente tem, instantes antes de morrer… Cai na gargalhada do lado de cá, e ele, do lado de lá… Naquele momento, deduzi que a minha condenação seria certa, de nada teriam adiantado as minhas tentativas de ser um homem bom… 

É isso…

Grande abraço a todos…

Joaquim D Toledo…

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