Em busca de mais dinamismo em suas operações, empresas de todos os segmentos estão, agora, migrando suas aplicações e recursos de tecnologia para serviços em Nuvem. A expectativa, com isso, é agilizar a inovação e tornar as ações mais rápidas. Mas será que repassar as aplicações e programas para o modelo Cloud é o suficiente para se aumentar o valor das operações?
Definitivamente, não. Investir na transferência dos recursos de TI à Nuvem é um passo necessário, mas está longe de ser a chave real para a transformação digital dos negócios. Mais do que simplesmente mudar o lugar onde se guarda os arquivos e sistemas, os líderes devem enxergar esse processo de digitalização como uma jornada que deve ser pautada, principalmente, na conquista de melhores soluções e mais inteligência para a tomada de decisões.
É neste cenário que os conceitos de Analytics e Big Data se revelam como ingredientes indispensáveis para a construção de uma cultura digital orientada aos resultados e ao aprimoramento contínuo das operações. Nesta era em que o conhecimento é cada vez mais o grande fator de diferenciação competitiva entre as marcas, analisar dados é o princípio fundamental para se descobrir como e onde inovar.
De acordo com pesquisas do Gartner, até 2023, cerca de 75% das maiores organizações mundiais terão ao menos um projeto-piloto de Data Analytics baseado em Inteligência Artificial ou Machine Learning para transformar o enorme volume de dados fornecidos ao longo das etapas de planejamento, produção, venda e fidelização de clientes em ativos reais de geração de negócios.
Neste mesmo contexto, a pesquisa indica que, até 2024, aproximadamente 35% das grandes empresas globais terão adotado soluções de Decision Intelligence, com o uso de recursos de análise avançada de dados, para ajudar a agilizar e melhorar a tomada de decisões em suas operações.
Além de números como estes, porém, podemos destacar os inúmeros casos de sucesso produzidos por empresas do mundo afora com o uso bem-sucedido dos dados e registros. Por exemplo: recentemente, atendemos uma empresa do setor varejista que, por meio de análise inteligente de dados, conseguiu reduzir drasticamente os custos e prazos para manutenção da rede de TI em sua rede de mais de 400 lojas espalhadas por todas as regiões do País.
Isso é possível, no caso, graças à capacidade de se utilizar os dados do passado para predizer e antecipar os desafios que poderão surgir no futuro. Da mesma maneira, os conceitos de Data Analytics e Big Data também permitem colecionar e checar milhões de registros para avaliar quais são as preferências dos consumidores e, assim, o que pode ser mais rentável e lucrativo nos próximos tempos.
O ponto em questão é que construir uma organização capaz de utilizar ao máximo o potencial dos dados é fundamental para impulsionar as companhias para o futuro. Estamos falando, afinal, de uma habilidade essencial para maximizar as oportunidades que surgirem ou, igualmente, para mitigar as ameaças existentes de forma mais assertiva, com iniciativas realmente alinhadas às características e necessidades de cada empresa.
É preciso que as companhias invistam em um modelo que foque em inteligência como prioridade. Por outro lado, porém, é importante ressaltar que elas não devem tentar segurar essa avalanche sozinhas, ou apostando apenas em formas de armazenar mais informações. Estudos indicam que mais de dois terços dos projetos de transformação digital acabam fracassando justamente pela falta de ferramentas, recursos (humanos, inclusive) e parceiros capacitados para suportar as diferentes fases e demandas dos planos de mudança.
Contar com mecanismos e parceiros preparados para apoiar o uso de informações é uma forma prática de se evitar riscos desnecessários – como a utilização de informações duplicadas, com erros ou inconsistentes que podem induzir a gestão dos projetos aos erros. Em outras palavras, buscar apoio é uma forma inteligente de se implementar a inteligência tão importante para estes nossos tempos.
Seja como for, Nuvem, Dados e Analytics devem fazer parte das discussões, permeando as estratégias de curto, médio e longo prazo. Não há mais tempo a se perder com achismos ou com velhos sistemas que já não cabem nas operações. Há soluções e caminhos muito mais efetivos para incrementar o poder de decisão das marcas, e resta apenas que os líderes entendam que não existe transformação digital sem a implementação de ferramentas avançadas, com inovação e assertividade.
Por Sandra Maura, CEO da TOPMIND