sexta-feira, novembro 22, 2024
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Mudamos – Por Fernando José da Costa

Secretário de Estado da Justiça e Cidadania

O título deste artigo deu ensejo a presente escrita. O mundo mudou. Importante analisar o mundo após 2020. Tivemos na humanidade quatro importantes revoluções, a primeira veio com a descoberta das máquinas, do ferro e do carvão; a segunda, com o desenvolvimento da indústria química, da descoberta da energia elétrica, do petróleo como combustível e do aço; a terceira revolução substituiu a mecânica analógica pela digital, com microcomputadores e a criação da internet, que globalizou o mundo; e, por fim, a quarta, e certamente a mais relevante das revoluções industriais, também chamada indústria 4.0, que trata de uma revolução tecnológica, que transformou nossa forma de viver, trabalhar e nos relacionar, com a criação da robótica, inteligência artificial, big data, nanotecnologia, impressão 3D, biologia sintética. Estamos entrando em uma conexão entre o mundo digital, físico e biológico.  

Somado às revoluções industriais, surgiu em 2020 a pandemia da Covid 19. Com ela mudamos radicalmente nossa maneira de olhar o mundo, valorizar a vida, trabalhar e principalmente de viver. A presença in loco mudou para virtual: a reunião se transformou em videoconferência, a audiência em teleaudiência, a consulta médica foi transformada em consulta virtual, e percebemos como perdíamos tempo nos transportando, podendo realizar a mesma atividade à distância, apenas utilizando os meios de comunicação digital.  

Assim, percebemos que muitos poderão realizar suas atividades em home office, ou seja, em casa, com a família, sem perder tempo ou gastar dinheiro se deslocando e ganhando um item muito relevante e imprescindível à humanidade, chamado “qualidade de vida”.  

Mas não foi só isso que mudou. Com esta pandemia do coronavírus, jamais enfrentada por nossa geração, gerando um medo de morrer, de perder entes próximos ou não, a humanidade passou a valorizar ainda mais a vida. Como nunca se viu antes, o mundo parou, acompanhando mais de um milhão duzentos e cinquenta mil pessoas perderem suas vidas e se uniu como se o mundo fosse uma só nação, com o objetivo de salvar vidas, empresas, empregos, a economia, educação e tudo que simplesmente do dia para a noite foi interrompido.   

Hoje nos tornamos mais observadores e críticos. Pessoas que não se adaptarem às mudanças e ao novo mundo estarão desatualizadas. Isso se reflete na vida social, no mercado profissional e na política. Não aplaudiremos gestores do setor privado ou público que não estejam sintonizados ao novo mundo, aos novos hábitos e aos novos princípios. Esta radical mudança de hábitos e pensamentos surgiu na pandemia do coronavírus. O mundo não aprova mais servidores públicos, que simplesmente ignoram a saúde, a segurança pública, a qualidade de vida, o diálogo, a transparência e o respeito ao próximo.  

Um recente resultado disto foi visto nas eleições americanas. O povo elegeu para Presidente um político que respeita a vida, o próximo, o diálogo e o bom senso. Não teremos mais espaço para líderes que governam com arrogância, estimulando o conflito e impondo regras, sem diálogo, sem fundamento, apenas por entenderem que eles decidem e ponto final.   

Mudamos, e todos, sem exceção, devem mudar e se adaptar ao novo mundo, mais dinâmico, conectado, globalizado e mais exigente. Vejamos a empresa Kodak, fundada em 1889, tida como a maior empresa de fotografias do mundo, que no final da década de 70 tinha 90% das vendas de filmes e 85% das vendas de câmeras nos EUA, sendo o principal mercado mundial à época, sem contar sua participação ao redor do mundo, como no Brasil. A Kodak tinha naquela época cerca de 100.000 empregados e um lucro de bilhões. Ao não acompanhar as mudanças, em 2012, após o surgimento dos smartphones, que além de realizar ligações, tiravam fotografia e filmavam, perdeu mercado, pediu falência e hoje, com financiamento, entrou no mercado farmacêutico. Assim, os líderes e formadores de opinião que não se adaptarem ao novo mundo, com seus novos costumes, estão fadados ao ostracismo e ao insucesso. 

Fernando José da Costa Secretário de Estado da Justiça e Cidadania

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